As situações de emergência veterinária são frequentes no nosso quotidiano. Acidentes de viação, mordeduras por outros animais, ingestão de tóxicos, são alguns exemplos de situações que exigem atuação rápida e alguns conhecimentos básicos que mantenham o animal vivo e consciente até ser consultado pelo médico veterinário. Os procedimentos de emergência, quando possível, iniciam-se com a chamada para o veterinário, a quem é feita uma descrição detalhada da situação, a fim de receber aconselhamento.
É fundamental, saber avaliar os principais sinais vitais, para uma melhor descrição da emergência.

Sempre que esteja perante um cão ferido deve tomar precauções para sua segurança. Animais feridos e com dor podem ter comportamentos agressivos! Aproxime-se de forma calma e deixe que o cão o observe. Idealmente estes animais devem ser manipulados com um açaime para sua segurança. Caso não exista essa possibilidade, uma boa alternativa é utilizar uma ligadura de gaze para substituir o açaime:



- Colocar uma tira simples de tecido em torno do focinho do cão e apertar o suficiente para que não consiga abrir a boca.
- As tiras devem ser cruzadas por baixo da boca.
- Puxar as pontas para o pescoço e fazer um nó atrás das orelhas.
Se estiver perante um gato ferido, aproxime-se de forma calma e deixe que o gato o observe. Idealmente estes animais devem ser manipulados depois de contidos numa toalha ou manta. Para isso, deve envolver o gato com a manta, cuidadosamente deslizar o animal para cima da mesma e enrolá-lo o melhor possível, deixando apenas o pescoço e a cabeça de fora, sem causar desconforto ou dor.
Os procedimentos de emergência têm como objetivo minimizar a dor e manter o animal a salvo até que possa ser consultado, não dispensam os cuidados médico-veterinários!
Reanimação Cardiorrespiratória
Sempre que se suspeite de paragem cardiorrespiratória deve começar pela verificação dos sinais vitais, identificação da presença de movimentos respiratórios e avaliação do pulso.
Se um cão está em insuficiência ou paragem respiratória terá de ser ventilado artificialmente. Antes de o fazer é fundamental garantir que as vias aéreas estejam desobstruídas.



Inspeção das vias aéreas:
• Abra cuidadosamente a boca do cão
• Puxe a língua para fora e efetue uma verificação das vias aéreas (inspecione a zona da garganta).
• Procure e retire algum objeto estranho que possa estar a provocar obstrução.



Ventilação artificial – respiração “boca a nariz”:
• Feche a boca do cão e mantenha-a fechada com a mão.
• Respire com a sua boca diretamente no nariz do animal.
• Após a expansão do tórax, repita o procedimento a cada 4-5 segundos.



• Caso não haja expansão torácica, é provável um bloqueio das vias respiratórias, pelo que se recomenda a realização de uma manobra semelhante à manobra de Heimlich no Homem, que
consiste na realização de 5 compressões vigorosas no abdómen, numa tentativa de expelir o objeto estranho.



É importante a verificação simultânea de pulso.
Na sua ausência de pulso é necessária a realização de compressões torácicas.
Técnica de compressão torácica:
• Deitar sobre o seu lado direito e comprimir vigorosamente a área posterior ao cotovelo. Em cães pequenos a compressão é realizada utilizando as duas mãos, uma de cada lado do tórax.
• O número de compressões torácicas deve corresponder à frequência cardíaca normal do cão, aproximadamente 100 por minuto.
• Alternar as compressões torácicas com a respiração artificial. Por cada 30 compressões fazer 2 ventilações.
Fazer a verificação do pulso femoral passado um minuto. Na presença de pulso/ batimento cardíaco ou respiração voluntária deverá interromper as compressões, caso contrário continuar o procedimento até conseguir ajuda de um profissional.
Estas manobras devem ser feitas enquanto se dirige para um centro de atendimento veterinário, para que o cão receba a assistência médica adequada.
Dra Sónia Miranda
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